Instituto Rodrigo Mendes apoia a elaboração da política de educação inclusiva de Angola. A iniciativa foi realizada em conjunto com o Ministério da Educação angolano, representantes de outros organismos do governo e da sociedade civil.
A primeira contribuição com o continente africano é, sem dúvida, um marco para a história do Instituto Rodrigo Mendes. “Recebemos o convite após uma aula que ministrei em um curso na Escola de Graduação em Educação de Harvard. Um dos participantes era oficial do UNICEF em Angola e posteriormente, ele me escreveu perguntando se eu estaria disposto a contribuir como consultor na construção de políticas públicas para a educação inclusiva no país”, conta Rodrigo Hübner Mendes, superintendente do IRM.
Durante os cincos meses de implementação do projeto, a iniciativa envolveu três etapas: imersão presencial para entendimento do contexto, elaboração do texto da política e apresentação do documento final para profissionais de cada província angolana por meio de workshops.
A nova política propõe um significativo processo de transformação do contexto atual, caracterizado pela segregação de estudantes com deficiência em escolas e classes especiais, para um modelo inclusivo, em que todos convivem nas escolas comuns. Para isso, foram definidas três prioridades: formação multidisciplinar dos profissionais da educação, constituição dos núcleos de apoio à inclusão e estruturação do investimento público que visa assegurar o cumprimento destas diretrizes.
Desde os anos 90, com a adesão à Declaração de Salamanca e, posteriormente com a assinatura da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência em 2012, Angola tem repensado continuamente suas diretrizes nacionais para garantir a inclusão educacional de pessoas com deficiência, até que em 2013, foi desenvolvida a primeira versão da política nacional no país.
A equipe do Instituto segue bastante otimista com o relevante impacto que será causado pela implementação da política ao longo dos próximos anos. Rodrigo avalia que houve um importante amadurecimento dos envolvidos sobre a concepção inclusiva e as perspectivas de transformação do contexto educacional angolano. “Vislumbramos a real possibilidade de redução da desigualdade enfrentada pelas pessoas com deficiência a partir da garantia de acesso à educação em escolas comuns”, destaca Mendes.