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Este ano, Prêmio Educador Nota 10 pautou a inclusão de pessoas com deficiência

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Com apoio do Instituto Rodrigo Mendes, o maior evento da Educação Básica do país contou com recursos de acessibilidade em todo processo, do edital à cerimônia de premiação

Na noite da última segunda-feira, 30 de setembro, aconteceu a cerimônia de premiação da 22ª edição do Prêmio Educador Nota 10, a maior e mais importante nomeação da Educação Básica brasileira, que é realizado pela Fundação Victor Civita em parceria com a Abril, Globo e Fundação Roberto Marinho, e com o apoio do Instituto Rodrigo Mendes (IRM). Ao som dos artistas Arnaldo Antunes e Karol Conka, as dez vencedoras e os vencedores receberam seus troféus e tiveram a chance de apresentar seus projetos com um vídeo acessível, que contou com Libras, legendas e audiodescrição.

E não foi só no dia do Prêmio que houve essa preocupação, durante todo o processo de divulgação, inscrição e participação, as educadoras e os educadores contaram com recursos de acessibilidade. O regulamento da 22ª edição ganhou novas medidas que têm como norte a educação para todas e todos. Neste ano, foi contemplada a modalidade de educação especial, bem como a participação de professores de Atendimento educacional especializado (AEE). Além disso, a seleção dos trabalhos foi pautada primeiramente pela equidade e inclusão como valores.

Para Vitoria Arguejo, coordenadora de comunicação do IRM, que participou diretamente do processo de inclusão do Prêmio neste ano, o grande ganho para a educação foi a importância central que a acessibilidade teve em um evento desse porte. “Enquanto instituição e equipe, foi uma honra participar da construção desse Prêmio que teve o cuidado de pensar em todos do começo ao fim. Houve dedicação em incluir as pessoas com deficiência também em todo o processo, e isso é muito significativo”.

Créditos: Mariana Pekin

A coordenadora do portal DIVERSA Lailla Micas completa: “Uma premiação voltada justamente para professoras e professores de todo o Brasil passa uma importante mensagem ao considerar recursos de acessibilidade em sua cerimônia: a de que uma educação mais inclusiva deve garantir a plena participação de pessoas sem e com deficiência em todas as aulas”.

O prêmio de Educadora do Ano 2019 foi para Joice Lamb, coordenadora pedagógica da EMEF Prof.ª Adolfina J.M. Diefenthäler, localizada em Novo Hamburgo (RS). O projeto dela, #aprenderecompartilhar – Escola inovadora, foi realizado juntamente com a equipe da escola, a partir da articulação pedagógica, com enfoque na formação continuada e na gestão de iniciativas que valorizem experiências dos próprios estudantes. Os princípios da escola, que é carinhosamente chamada de “jeito de ser Adolfina”, são que todas e todos podem aprender, compartilhar seus conhecimentos e trabalhar coletivamente.

Já a votação popular deste ano premiou Patrícia Barreto, professora de Língua Portuguesa do Instituto Federal do Rio Grande do Norte, de Nova Cruz (RN). Seu projeto Argument(ação): protagonismo juvenil teve como foco o gênero artigo de opinião, a ser trabalhado com o 3º ano do Ensino Médio. As turmas aprenderam diferentes tipos de argumentos e chegaram a soluções para os problemas sociais de seus cotidianos, que eles mesmos apontaram.

Outro destaque da noite foi o projeto Ressignificando as visões sobre o corpo, de Luiz Gustavo Bonatto Rufino, professor de Educação Física do 3º ano do Ensino Fundamental, na EMEF Odete Emídio de Souza, em Paulínia (SP). Por meio de uma pesquisa realizada na própria escola, Luiz descobriu que diversos estudantes sentiam vergonha de seus corpos, então propôs algumas aulas diferentes: começou a instigar as crianças a refletirem sobre sua compreensão e seu relacionamento com seus próprios corpos. Os eixos “eu”, “meu corpo” e “minha história” tiveram como objetivo a ressignificação das visões sobre o corpo de cada um, focando na inclusão de todos os estudantes, com e sem deficiência.

Além de participar da cerimônia de premiação, as dez ganhadoras e os ganhadores vieram a São Paulo, para vivenciar uma imersão de sete dias com atividades especiais, promovidas pelas instituições organizadoras do Prêmio. O IRM ofereceu uma oficina sobre materiais pedagógicos acessíveis no FabLab do Centro Cultural São Paulo, que possibilitou que os participantes mergulhassem na cultura maker, experimentando os equipamentos disponíveis no espaço e debatendo sobre o desenho universal para a aprendizagem. “Foi incrível conhecer os professores e poder trocar experiências inclusivas dentro da sala de aula com eles. Foi um verdadeiro aprendizado para nós e acredito que para eles também”, conta Vitoria.

Confira os projetos dos dez vencedores do Prêmio, no site e no canal no Youtube da Fundação Victor Civita.