Na edição deste ano, evento contou com a participação de educadores, pesquisadores, estudantes e especialistas que discutiram sobre integralidade, equidade, formação docente, infraestrutura e flexibilização curricular.
No último dia 22 de novembro, ocorreu o “Seminário Educação Integral em Debate”, que reuniu educadores, estudantes, especialistas e pesquisadores para discutir os desafios e as contribuições da educação integral e da ampliação do tempo na escola ao longo de uma parruda programação. O evento, que pode ser assistido na íntegra no YouTube do Canal Futura, contou com a participação de representantes do Instituto Rodrigo Mendes (IRM) em duas mesas.
As questões que nortearam todas as mesas do seminário remetem a temas como alocação de recursos, garantia da qualidade da educação integral e em tempo integral nas escolas, formação dos docentes, promoção da inclusão, a importância da intersetorialidade e a relação com o território. Ao longo das discussões, os participantes compartilharam práticas inspiradoras de integração e inclusão em diferentes localidades do país.
Uma dessas práticas foi o projeto “Alavancas para a educação inclusiva de qualidade”, iniciativa do IRM, em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Movimento Bem Maior, o Instituto Ambikira e o Instituto Machado Meyer que promove a formação em educação inclusiva de educadores, gestores e técnicos, além de potencializar práticas e políticas públicas locais que proporcionem uma educação inclusiva de qualidade nos dez municípios que participam da iniciativa.
A professora Natane Souza, da Escola Municipal (EM) Major Augusto Porto, em Patos de Minas (MG), participou da mesa “Formação docente e dos profissionais de educação: a formação na perspectiva da educação integral”, durante a qual compartilhou os impactos transformadores que a formação do “Alavancas” proporcionou em seu município. “Para conseguir desenvolver um projeto, nós precisamos desenvolver toda a escola. Isso é, de fato, uma educação inclusiva. Como era uma escola de zona rural, nós envolvemos todas as monitoras dos ônibus escolares, a coordenação que foi nos orientando através da supervisora e com a regente de aula, para criarmos estratégias para desenvolver um projeto que fosse de forma efetiva”, contou.
Natane compartilhou como a elaboração do projeto “Tapete Cultural” promoveu o envolvimento de toda a comunidade escolar e da comunidade local, despertou o interesse de professores de outras disciplinas em adotar o protótipo em suas aulas, além de ter engajado os estudantes do nono ano nas atividades propostas.
A educadora dividiu a mesa com Angela Maria Carneiro Silva e Maria Vânia Melo Lima, que dividiram experiências inspiradoras desenvolvidas em Parauapebas (PA), Daniel Puig, da Universidade Federal do Sul da Bahia, e Tereza Perez, diretora-presidente da Roda Educativa.
“O professor da educação integral deseja que todo mundo aprenda e esteja feliz com essa aprendizagem. Para ele, é importante estabelecer vínculo com a comunidade e com as famílias para entender as demandas de cada estudante e garantir o seu acolhimento e permanência na escola”, afirmou Tereza, que mediou a conversa.
Flexibilização do currículo
Rodrigo Hübner Mendes, superintendente do IRM, participou da mesa de encerramento que teve como tema “Educação integral inclusiva: flexibilização curricular”. Ao seu lado participaram Amanda da Paixão Montenegro, diretora da escola Sesc de Nova Iguaçu (RJ), Beatriz Benedito, do Instituto Alana, e Maria Antônia Goulart, do Sesc e Senac RJ.
Para os participantes, um ponto que deve ser levado em consideração para se adotar um currículo flexível é garantir aos professores tempo e autonomia para planejar suas aulas levando em consideração as especificidades e diferentes formas de aprender de cada estudante.
O fundador do IRM falou sobre o Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA), que é um modelo prático que visa ampliar as oportunidades de desenvolvimento de cada estudante por meio de planejamento pedagógico contínuo, somado ao uso de mídias digitais. Em outras palavras, é uma prática que convida os professores a romper com o formato de aula engessado e a diversificar os formatos dos materiais utilizados com os estudantes, criando interrelações entre o conteúdo ensinado e a vida real do aluno.
Rodrigo explicou que as novas tecnologias são grandes aliadas do DUA, uma vez que são flexíveis e viabilizam combinações entre diferentes recursos expositivos, como texto, fala e imagem. “O DUA é um exemplo de uma abordagem educacional mais condizente com a nossa convicção de que toda pessoa deve exercer o seu direito de estudar e de buscar o seu melhor como ser humano”, afirmou.
Este ano, o “Seminário Educação Integral em Debate” foi realizado pelo Centro de Referências em Educação Integral, Cidade Escola Aprendiz, Canal Futura, Avante, Ashoka, British Council, Cenpec, Fundação Vale, Fundação Santillana, Flacso, Instituto Alana, Itaú Social, Instituto Rodrigo Mendes, Instituto Tomie Ohtake, Roda Educativa, Oi Futuro e UNICEF.
Clique aqui e assista ao seminário na íntegra
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