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Rodrigo Hübner Mendes fala sobre inclusão em evento do Global Shapers

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Evento celebrou 10 anos do hub de São Paulo do Global Shapers e contou com painéis sobre mercado de trabalho, diversidade e preservação do meio ambiente

Há dez anos, a cidade de São Paulo (SP) recebia o seu primeiro hub do Global Shapers, uma iniciativa do Fórum Econômico Mundial (FEM) liderada por jovens entre 20 e 30 anos que desenvolvem projetos de impacto social e de relevância para a sociedade. Atualmente, o Brasil conta com 18 hubs em todas as regiões do país e mais de 400 membros comprometidos com a construção de uma sociedade mais inclusiva, com projetos voltados para garantir assistência às necessidades básicas das populações em vulnerabilidade social e a conservação do planeta.

Para celebrar a primeira década de atuação no Brasil, o Hub São Paulo 1 promoveu, no dia 24 de agosto, um evento com três painéis que abordaram questões atuais que necessitam de atenção para alterar seus impactos no futuro. Entre elas, estão a empregabilidade, a diversidade e a preservação do meio ambiente. Rodrigo Hübner Mendes, fundador e superintendente do Instituto Rodrigo Mendes (IRM), foi um dos convidados e falou sobre inclusão, igualdade e representatividade. Também participaram Juliana Gonçalves, da Pretahub, Augusto Júnior, do Instituto Anga, Miguel da Hora, professor e empreendedor social, Flora Bitancourt, da Impact Beyond, e Roger Koeppl, da Yougreen Cooperativa.

Para Rodrigo, que também é membro do Fórum de Jovens Líderes Globais (Young Global Leader) do FEM, o trabalho em rede do Global Shapers atua como um impulsionador de boas práticas. “É muito entusiasmante estar com uma geração nova com pessoas que já estão moldando o mundo e tornando as coisas mais inteligentes e compatíveis com a forma que a gente sonha para a sociedade”, enfatizou. 

Rodrigo Hübner Mendes durante sua fala no painel em evento do Global Shapers, realizado em São Paulo. Foto: Kelli Machado

As habilidades do futuro

Augusto Júnior e Miguel da Hora abriram o evento falando sobre os desafios e oportunidades no mercado de trabalho, passando pelas tendências e estratégias necessárias para que as pessoas enfrentem os desafios da empregabilidade e garantam um futuro profissional.

Augusto traçou uma linha de raciocínio desde a Revolução Industrial, passando pela Revolução Tecnológica até os tempos atuais – a chamada revolução da consciência – e pontuou as mudanças que ocorreram nas empresas para se adequarem às novas demandas dos profissionais. “Hoje em dia, além de protagonismo, os colaboradores querem gerar impacto. Eles se perguntam de que forma podem, a partir de seus trabalhos, fazer a diferença na vida de outras pessoas”, destacou.

Já Miguel falou sobre o avanço tecnológico e o fato das principais profissões dos próximos anos nem sequer existirem atualmente. Para ele, mais importante do aquirir habilidades técnicas, é reconhecer e aprimorar as soft skills que o indivíduo já possui, tais como empatia, relacionamento interpessoal, adaptabilidade e criatividade. “Nosso desafio é ajudar as pessoas a entenderem que elas já estão preparadas para o futuro, que as habilidades que o FEM lista como as mais importantes a gente já carrega”, finalizou.

Criando comunidades inclusivas

Rodrigo Hübner Mendes e Juliana Gonçalves encabeçaram a conversa sobre a importância da inclusão, da igualdade e da representatividade em todos os âmbitos da sociedade.  

Juliana compartilhou o exemplo de um dos projetos que lidera na Pretahub que vê a comunicação como uma aliada à estratégia de ampliar o impacto social nos territórios. Para ela, é fundamental ouvir os anseios e sonhos das pessoas de periferias e criar formas de resgatar a autoestima e dar protagonismo a esses jovens profissionais. “Muitas vezes eles não tiveram as mesmas oportunidades, mas quando chegam ao mercado de trabalho são massacrados”, enfatizou.

Um estudo realizado pela da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha, e pela Universidade de Havard, nos Estados Unidos, mapeou 1.700 empresas – de diferentes áreas e portes – em oito países, avaliando o impacto da intensificação da diversidade em cargos de gestão, comparando com a capacidade de inovação dessas organizações. A conclusão foi a de que as empresas mais diversas são também as mais inovadoras.

No ponto de vista de Rodrigo, para que o Brasil seja mais diverso e inclusivo, é preciso investir em letramento e numa mudança de cultura da sociedade, ampliando a oferta de repertório, ou sejam promovendo a integração entre todos. Além disso, o CEO do IRM ressaltou também o papel dos profissionais de recursos humanos para transpor para dentro das empresas a diversidade que já no país.

“Estamos tentando resolver um problema social muito grande. Seja no mundo da escola ou do trabalho, ainda predomina um modelo voltado para o ser humano ‘normal’, no sentido da curva, no padrão estatisticamente mais frequente. Quando uma criança na escola não acompanha a fantasiosa expectativa de que todos vão aprender no mesmo ritmo, ao mesmo tempo e da mesma maneira, ela vai sendo deixada para trás”, exemplificou.

Rodrigo e Juliana encerraram o painel enfatizando que a diversidade deve estar implícita nos valores de uma empresa que quer criar uma atmosfera mais inclusiva. “Não se pensa uma comunidade diversa sem corpos diversos. Isso parece óbvio, mas não é. Não dá para dizer que o espaço é diverso quando olhamos ao redor e não reconhecemos essa diversidade”, ressaltou Juliana.

Painel planeta

Para encerrar o evento, Flora Bitancourt e Roger Koeppl compartilharam suas experiências à frente, respectivamente, de uma consultoria de estratégia ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança corporativa) e de uma cooperativa de gestão de resíduos. Ambos apresentaram exemplos reais para reforçar a necessidade de se promover o consumo sustentável e a economia circular para mitigar os impactos das alterações climáticas sobre o planeta.

Na opinião de Flora, é essencial democratizar o acesso à informação sobre as alterações climáticas para gerar um senso de pertencimento e de preocupação na sociedade. “Embora estudos apontem que em 2050 nos depararemos com um cenário muito ruim, a verdade é que nas periferias do Brasil os efeitos negativos das mudanças climáticas já estão sendo sentidos hoje”.

Complementando a fala de Augusto na abertura do evento, Roger finalizou o painel destacando que a próxima revolução a atingir a humanidade deve ser da sensibilidade. “Não falta conhecimento sobre os problemas, o que falta é sensibilizar. Enquanto não nos conectarmos emocionalmente com os problemas do mundo, os nossos próprios serão sempre mais urgentes”, concluiu.

O Global Shapers é uma iniciativa sem fins lucrativos e com trabalho voluntário do Fórum Econômico Mundial. Foi fundado em 2011 pelo presidente executivo do FEM, o professor Klaus Schwab.


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