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Rodrigo Hübner Mendes comenta sobre a revogação do “Decreto da Exclusão”

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Para o CEO e fundador do IRM, extinção do Decreto colabora para a retomada de avanços na educação inclusiva 

Rodrigo Hübner Mendes, CEO e fundador do Instituto Rodrigo Mendes (IRM), em entrevistas para diferentes veículos de imprensa, comentou sobre a revogação do Decreto 10.502/2020, feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em seu primeiro dia de mandato.  

Para o especialista em educação inclusiva, essa medida permite retomar os avanços nessa área sob a perspectiva de uma educação de qualidade para todas e todos os estudantes na escola comum. 

“A gente chegou a perceber algumas secretarias que já, em virtude do Decreto, estavam abrindo mão dessas necessárias ações para que as crianças fossem bem atendidas e, alinhadas com o que o Decreto propunha, estavam retomando a estrutura da escola especial, segregada”, disse Rodrigo em participação no Jornal da Tarde, da TV Cultura.

 

A educação de qualidade é um direito de todas as pessoas, assegurado pela Constituição Federal Brasileira, e negar matrícula ao estudante por conta da deficiência é ilegal e tal prática é considerada crime.  

Contudo, a educação inclusiva não se restringe à matrícula. A escola precisa se preparar para receber os estudantes e possibilitar um ensino de qualidade, de acordo com as singularidades de cada indivíduo. 

“Uma instituição de ensino inclusiva é uma escola que atende a todo o perfil de estudante e ela se transforma para poder atender, com qualidade, essa pluralidade de alunos”, explicou Rodrigo em entrevista para a Rádio A Tarde, de Salvador (BA).

Para isso, ele comentou que é preciso investir nos professores, por meio de formações, cursos, reciclagem do conhecimento. Segundo Rodrigo, também é necessário repensar o planejamento das aulas a partir de diferentes abordagens como, por exemplo, a exploração de novas tecnologias. 

“A escola ganha na qualidade do seu ensino. O corpo docente passa a estar mais qualificado para as demandas do mundo contemporâneo e a sala de aula se torna um ambiente mais vivo, mais conectado com o mundo e suas novas realidades”, afirmou. 

Rodrigo ainda pontuou que uma criança com deficiência pode, sim, precisar de um especialista, mas não como uma substituição, e sim como um complemento à atividade que acontece na sala de aula comum.  

No palco, Rodrigo Hübner Mendes faz apresentação em Encontro Anual de Parceiros do Instituto Rodrigo Mendes. Plateia acompanha a apresentação. Ao fundo, telão mostra imagem com foto de seis crianças sorridentes, uma ao lado da outra. Do lado esquerdo, uma menina negra ao lado de uma menina branca com síndrome de down. No centro, um menino branco apoia seu braço esquerdo sobre os ombros de um menino pardo. Do lado direito, duas meninas pardas estão olhando para frente. Um menino pardo abraça por trás uma das meninas. Todos carregam mochila escolar. Acima da foto, texto escrito em letra maiúscula: “Encontro Anual de Parceiros Instituto Rodrigo Mendes”. Abaixo da foto, no canto inferior do telão, do lado esquerdo, logotipo: Instituto Rodrigo Mendes. No canto direito inferior, logotipo: Instituto Unibanco. Na parte superior do telão aparece a legenda da fala do Rodrigo. Fim da descrição.
Crédito da foto: lavironfotografias

“Decreto da Exclusão”

O governo de Jair Bolsonaro publicou o Decreto 10.502/2020, popularmente conhecido como “Decreto da Exclusão”, pois a determinação pretendia modificar a Política Nacional de Educação Especial vigente para um modelo antigo, no qual pessoas com deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) – incluindo as com Transtorno do Espectro Autista (TEA) – e altas habilidades/ superdotação estudavam em classes especiais, escolas segregadas.   

O Supremo Tribunal Federal havia suspendido a medida liminarmente, pois considerou o Decreto inconstitucional.  

Mesmo suspenso, como lembrou Rodrigo, o Decreto servia de justificativa para que escolas comuns rejeitassem a matrícula de estudantes público-alvo da Educação Especial.  

Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo  

Em entrevista para o Jornal Nova Manhã, da Rádio Nova Brasil, o especialista em educação inclusiva também falou sobre a importância da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo para que esse público tenha representatividade, possa lutar pelos seus direitos e não esteja à margem da sociedade.  

“As pessoas com deficiência são sempre observadas como uma parcela que ainda não consegue exercer plenamente seus direitos. É uma parte da nossa população que ainda não está no radar das prioridades. Ter uma secretaria com essa incumbência faz com que a gente tenha maior perspectiva em relação a colocar essa pauta, essa agenda, também como prioritária na forma como um gestor encara suas ações como representante do estado de São Paulo”, analisou. 


Saiba como foi a audiência pública sobre o Decreto 10.502/20 

Posicionamento da Rede-In a respeito da nova Política Nacional de Educação Especial